Pular para o conteúdo principal

Indução V

Real Analysis - Capítulo Zero

Real Analysis - Capítulo Zero

Fernando Francisco de Sousa Filho

25/11/2013

Exercicio: Encontre o menor natural n tal que 2(n + 5)2 < n3 e chame-o de n0. Mostre que 2(n + 5)2 < n3 para todo n ≥ n0 .
Vamos começar identificando um valor para n0, por tentativa e erro. Assim, fazendo n = 4 teremos 162 < 64, que não serve. Então tomamos n = 5 e temos 200 < 125. Para n = 6, temos 242 <  216. Para n = 7, temos 288 < 343. Então nosso n0 = 7. Vamos então provar, usando a indução, que, para n > n0, esta relação permanece verdadeira.
Prova:
(I) Para n0 = 7, já verificamos.
(II) Consideremos válido para n > no. Então, vamos verificar se vale para n + 1, ou seja, vamos verificar a seguinte implicação:
2(n + 5)2 < n3 ⇒ 2(n + 6)2 < (n + 1)3
Vamos completar o cubo (n + 1)3 no segundo membro da inequação e desenvolver. Temos, então, que
2(n + 5)2 + 3n2 + 3n + 1 < (n + 1)3 ⇒ 
Note que (n + 6)2 = n2 + 12n + 36 e que 2(n + 6)2 = 2n2 + 24n + 72. Logo, podemos fazer
2n2 + 20n + 50 + 3n2 + 3n + 1 < (n + 1)3 ⇒ 
2n2 + 23n + 51 + 3n2 < (n + 1)3 ⇒ 
2n2 + 24n + 51 + 3n2 − n < (n + 1)3
Entretanto, por hipótese, temos que n ≥ 7, ou seja, 3n2 − n, que é uma parabola de concavidade para cima e raízes n’ = 0 e n" = (1)/(3), será maior ou igual a 3(72) − 7 = 140. Então podemos dizer que 3n2 − n = 140 + k, com k ∈ ℕ. Assim, concluímos que
2n2 + 24n + 51 + 3n2 − n = 2n2 + 24n + 72 + 140 + k − 21 = 
2n2 + 24n + 72 + 119 + k < (n + 1)3
Mas
2(n + 6)2 = 2n2 + 24n + 72 < 2n2 + 24n + 72 + 119 + k < (n + 1)3.
Logo
2(n + 6)2 = 2n2 + 24n + 72 < (n + 1)3.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo

O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo Fernando Francisco de Sousa Filho 05/07/2016 Exercício: Prove que o conjunto E das raízes quadradas de 2 por falta não tem máximo. Seja r um número tal que r ²  < 2 . Temos de mostrar que, qualquer que seja o número r , existe um outro número s tal que ⎧ ⎨ ⎩ r  <  s      r ²  <  s ²  < 2  A ideia inicial é tomarmos s  =  r  +  ( 1 )/( n ) , com n  ∈ ℕ , n  > 0 . Fazendo assim, garantimos que teremos r  <  s . Vamos, então, procurar determinar, dado um r qualquer com r ²  < 2 , um valor de n de tal forma que r ²  <  s ²  < 2 . Agora, tanhamos fé... s ²  =  r ²  +  ( 2 r )/( n )  +  ( 1 )/( n ² )  < 2 Desenvolvendo a inequação, temos: r ²  +  ( 2 r )/( n )  +  ( 1 )/( n ² )  < 2 ⇒  r ²  +  ⎛ ⎝ 2 r  +  ( 1 )/( n ) ⎞ ⎠ ( 1 )/( n )  < 2 Aqui entra um ponto importante...

Curso de Análise (Elon) - Cap. 3 Questão 4

Capítulo 3 - Questão 4 Livro Curso de Análise - Vol.1 - Elon Capítulo 3 - Questão 4 Fernando Francisco de Sousa Filho 12 de novembro de 2013 Sejam K ,  L corpos. Uma função f : K  →  L chama-se um homomorfismo quando se tem f ( x  +  y ) =  f ( x ) +  f ( y ) e f ( x ⋅ y ) =  f ( x )⋅ f ( y ) , quaisquer que sejam x ,  y  ∈  K . i) Dado um homomorfismo f : K  →  L , prove que f (0) = 0 . Prova : f (0) =  f (0 + 0) =  f (0) +  f (0) ⇒  f (0) = 2 f (0) . Se f (0) ≠ 0,  pela lei do corte, chegamos a 1 = 2 (Absurdo!). Logo, f (0) = 0 . ■ ii) Prove também que ou f ( x ) = 0 para todo x  ∈  K ou então f (1) = 1 e f é injetiva. Prova : Suponhamos f ( x ) = 0 para todo x  ∈  K , então teremos a) f ( x  +  y ) = 0 , mas f ( x  +  y ) =  f ( x ) +  f ( y ) = 0 + 0 = 0. b) f ( xy ) = 0 , mas f ( xy ) =  f ( x )⋅ f ( y ) = 0⋅0 = 0 . Logo, confirma-se a primeira possibilidade. Vamos mostrar, então, que, se f (1) ≠ 0 então f (1) = 1 .Suponhamos f (1...