A Matemática é uma paixão de infância, e que, ainda hoje, se mantém acesa em mim. Mas minha relação com a Matemática se dá por meio dos matemáticos, aí a coisa pega. Às vezes demoro a compreendê-la, o que, por vezes também, me desanima. Aí eu dou um tempo, procuro uma outra fonte, insisto, e, assim, tenho conseguido conquistá-la paulatinamente.
Sabe, acho que a comunicação matemática é um problema. Em minha interpretação, os matemáticos, após insistirem, vivenciarem, pesquisarem e testarem, conseguem uma boa assimilação de um conhecimento, ou conseguem construir novos conhecimentos matemáticos. Entretanto, quando vão comunicar, se esquecem de todo o esforço que tiveram e costumam ser diretos, sintéticos e, às vezes, deixando certa soberba escapar. Afinal, não deixa de ser tentador imaginar-se mais inteligente diante da dificuldade de seus ouvintes de alcançar o seu pensamento, traduzido em discurso. Prefiro não acreditar nesta última possibilidade! Mas, ainda assim, acho que temos um problema, o da comunicação matemática.
Eu mesmo sinto este problema na minha vida, quando eu é que tenho de comunicar! Depois de refletir e rabiscar bastante, quando vamos escrever, resumimos tudo numa sequência lógica e, na melhor das hipóteses, correta; entretanto, de difícil digestão pelo leitor. É como que, ao aprendermos individualmente, déssemos mil passos; e ao tentarmos informar, passamos ao leitor a tarefa de percorrer a mesma distância com cem passos. Mas eu reconheço que encontrar o ritmo adequado para escrever matemática não é fácil, pois eu, inclusive, que venho estudando esta matéria por uma vida, sinto esta dificuldade.
Para mim, a Matemática é para todos, e todos podem percorrer seus caminhos. Para isto, ela tem de ser acessível e desmistificada. É claro que chegar a um elevado nível vai exigir esforço cognitivo, muito tempo e prática, mas, isto não a torna inalcançável.
A Matemática se utiliza de estruturas lógicas como que a massa que liga os tijolos de uma parede. Se os seres humanos detém estas estruturas lógicas em sua formação racional, como justificar que a Matemática seja difícil ou seja um conhecimento para poucos?
Eu tenho diversas dificuldades em Matemática, e as lamento porque disponho-me a estudar e compreender com todas as minhas energias. Então, aceito minhas próprias limitações! Reconheço como possíveis as genialidades das notoriedades deste campo do conhecimento humano. E aprendi a vibrar a cada pequena conquista. Mas também sei que, nada está escondido ou inalcançável em se tratando do conhecimento matemático. Por isso, pretendo continuar caminhando.
O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo Fernando Francisco de Sousa Filho 05/07/2016 Exercício: Prove que o conjunto E das raízes quadradas de 2 por falta não tem máximo. Seja r um número tal que r ² < 2 . Temos de mostrar que, qualquer que seja o número r , existe um outro número s tal que ⎧ ⎨ ⎩ r < s r ² < s ² < 2 A ideia inicial é tomarmos s = r + ( 1 )/( n ) , com n ∈ ℕ , n > 0 . Fazendo assim, garantimos que teremos r < s . Vamos, então, procurar determinar, dado um r qualquer com r ² < 2 , um valor de n de tal forma que r ² < s ² < 2 . Agora, tanhamos fé... s ² = r ² + ( 2 r )/( n ) + ( 1 )/( n ² ) < 2 Desenvolvendo a inequação, temos: r ² + ( 2 r )/( n ) + ( 1 )/( n ² ) < 2 ⇒ r ² + ⎛ ⎝ 2 r + ( 1 )/( n ) ⎞ ⎠ ( 1 )/( n ) < 2 Aqui entra um ponto importante...
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