Pular para o conteúdo principal

Deslocamentos de funções e lugares geométricos no plano.

  Parei para tentar entender o motivo de, sempre que desejamos deslocar para a direita uma função, por exemplo, subtraímos ao invés de adiconarmos. Assim, se queremos deslocar para a direita, em duas unidades inteiras, a função quadrática $f(x) = x^2 - 2x + 1$, basta substituirmos $x$ por $x - 2$, ou alterarmos a variável para $w$, fazendo $x = w - 2$.


Então, minha reflexão levou-me ao seguinte questionamento: quando deslocamos nossa figura para a direita em duas unidades inteiras, qual a imagem que desejamos obter de $x = 3$? bem desejamos obter a imagem de $ x = 1 $ na figura original, ou seja, o que fazemos é tomar $x=3$ na figura deslocada e voltarmos para buscarmos a imagem de $x=1$ da figura original, obtendo, assim, o efeito de deslocar o gráfico para a direita em 2. Eis, então, a razão de subtrairmos. Assim, ao deslocarmos nossa figura em duas unidades inteiras para a direita, a imagem de $x = 3$ tem de ser buscar a imagem de $x = 1$ da figura original, ou seja, substituímos $x$ por $x - 2$ e, assim, para $x = 3$ de fato, teremos a imagem de $x = 1$, produzindo o efeito de deslocarmos nosso gráfico para a direita em 2.


Ao deslocarmos a figura para a esquerda, é análogo. Suponhamos que queremos deslocar nosso gráfico para a esquerda em 5 unidades. Desta forma, queremos, por exemplo, que a imagem de $-7$ seja a imagem de $-2$ da figura original. Assim, mudamos nossa variável de $x$ para $x+5$.


Este mesmo raciocínio se aplica ao deslocarmos a figura para cima e para baixo.


Suponhamos que desejamos que nossa figura suba 2 unidades inteiras. Neste caso, desejamos que o valor da abscissa ($x$) para $y=8$, por exemplo, seja igual ao valor de $x$ para $y = 6$ da figura original Então substituímos nosso $y$ por $y - 2$, assim, nesta nova expressão, quando fizermos $y = 8$, estaremos, na verdade, formando pontos com todos os valores de $x$, na figura original, para $y = 6$. O efeito é, portanto, termos um deslocamento do gráfico duas unidades inteiras acima.


Desta forma, se queremos deslocar a função $y = 2x - 1$ dois inteiros à direita e três inteiros para cima, basta fazermos: $y - 3 = 2 (x-2) - 1 \Rightarrow y=2x -2$.

Outros exemplos:

a) Deslocar a função $y = x^2 - 2x + 1$ duas unidades inteiras para a direita: fazemos:

$$ y = (x- 2)^2 - 2 (x - 2) + 1 \Rightarrow y = x^2 - 2x + 4 - 2 x + 4 + 1$$

Ou seja, 

$$y=x^2 - 4x +9$$

b) Vamos deslocar a equação da circunferência $x^2 + y^2 = r^2$ para o centro (2,3): fica assim: 

$$ (x - 2)^2 + (y-3)^2 = r^2$$

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo

O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo O conjunto das raízes quadradas de 2 por falta não possui máximo Fernando Francisco de Sousa Filho 05/07/2016 Exercício: Prove que o conjunto E das raízes quadradas de 2 por falta não tem máximo. Seja r um número tal que r ²  < 2 . Temos de mostrar que, qualquer que seja o número r , existe um outro número s tal que ⎧ ⎨ ⎩ r  <  s      r ²  <  s ²  < 2  A ideia inicial é tomarmos s  =  r  +  ( 1 )/( n ) , com n  ∈ ℕ , n  > 0 . Fazendo assim, garantimos que teremos r  <  s . Vamos, então, procurar determinar, dado um r qualquer com r ²  < 2 , um valor de n de tal forma que r ²  <  s ²  < 2 . Agora, tanhamos fé... s ²  =  r ²  +  ( 2 r )/( n )  +  ( 1 )/( n ² )  < 2 Desenvolvendo a inequação, temos: r ²  +  ( 2 r )/( n )  +  ( 1 )/( n ² )  < 2 ⇒  r ²  +  ⎛ ⎝ 2 r  +  ( 1 )/( n ) ⎞ ⎠ ( 1 )/( n )  < 2 Aqui entra um ponto importante

Curso de Análise (Elon) - Cap. 3 Questão 4

Capítulo 3 - Questão 4 Livro Curso de Análise - Vol.1 - Elon Capítulo 3 - Questão 4 Fernando Francisco de Sousa Filho 12 de novembro de 2013 Sejam K ,  L corpos. Uma função f : K  →  L chama-se um homomorfismo quando se tem f ( x  +  y ) =  f ( x ) +  f ( y ) e f ( x ⋅ y ) =  f ( x )⋅ f ( y ) , quaisquer que sejam x ,  y  ∈  K . i) Dado um homomorfismo f : K  →  L , prove que f (0) = 0 . Prova : f (0) =  f (0 + 0) =  f (0) +  f (0) ⇒  f (0) = 2 f (0) . Se f (0) ≠ 0,  pela lei do corte, chegamos a 1 = 2 (Absurdo!). Logo, f (0) = 0 . ■ ii) Prove também que ou f ( x ) = 0 para todo x  ∈  K ou então f (1) = 1 e f é injetiva. Prova : Suponhamos f ( x ) = 0 para todo x  ∈  K , então teremos a) f ( x  +  y ) = 0 , mas f ( x  +  y ) =  f ( x ) +  f ( y ) = 0 + 0 = 0. b) f ( xy ) = 0 , mas f ( xy ) =  f ( x )⋅ f ( y ) = 0⋅0 = 0 . Logo, confirma-se a primeira possibilidade. Vamos mostrar, então, que, se f (1) ≠ 0 então f (1) = 1 .Suponhamos f (1

Responda rápido: quanto é 89 x 91?

Você já notou que, na tabuada, que 7 x 9 = 63 e que 8² = 64. Notou também que 3 x 5 = 15 e que 4² = 16. A explicação desta simples constatação e sua generalização está nos produtos notáveis, mas especificamente na famosa relação que nos diz que (a + b)(a - b) = a² - b², logo, se tivermos b = 1, teremos que (a + 1)(a - 1) = a² - 1, já que 1² = 1. Desta forma, a nossa resposta à pergunta inicial seria 90² - 1 = 8100 - 1 = 8099. Não é interessante? Você já havia percebido esta relação na nossa tabuada? Esta e outras conclusões interessantes podem ser encontradas no livro "Tabuada para quem odeia decorar" que encontra-se disponível na loja da Uiclap, link abaixo. O preço? se comparado ao benefício, você verá que não custa praticamente nada.  https://loja.uiclap.com/titulo/ua29201 O Livro "Tabuada para quem odeia decorar" é praticamente um caderno de exercícios sobre a operação de multiplicação. Ele trata, inicialmente, de métodos para aprender a tabuada com o mínimo de